Máscara e Personagem: O Judeu no Teatro Brasileiro, Maria Augusta de Toledo Bergerman, Editora Perspectiva, 2013, capa brochura, 155 páginas, muito bem conservado.
Código: SP5016m
::: Ao judeu, o domínio cristão no Ocidente impôs severas limitações a sua integração nas coletividades majoritárias circundantes. Afora os períodos de perseguição e expulsão em vários quadrantes do continente europeu e o confinamento em guetos, os filhos de Israel eram impedidos de exercer certos misteres profissionais, de adquirir terras, de participar da vida política e, em grande medida, do debate cultural. Perversamente, tornaram-se alvo de uma tipificação, sempre baseada em estereótipos e imagens negativas, ancorada nos papéis sociais que compulsoriamente desempenhavam. A acusação de deicidas na Idade Média levou ao auge o preconceito e até hoje é uma das principais causas do antissemitismo, às quais se acrescentaram os mitos procriados pelas falsas ciências e pelas não menos falsas ideologias.
Forjada, assim, a máscara social do judeu, ela passa a manifestar-se também na produção da cultura e das artes, principalmente na cena teatral que sempre foi, e continua sendo, uma das mais vivas arenas dos conceitos e preconceitos em debate e embate na sociedade.
Máscara e Personagem: O Judeu no Teatro Brasileiro, de Maria Augusta, como produto de uma longa e minuciosa pesquisa, analisa a inserção do tipo judeu na dramaturgia brasileira, pautada pela exploração superficial dos clichês herdados e realimentados pela tipificação negativa, configurando-se, afinal, como um veículo de manutenção de preconceitos. :::