Folclore: entre a prática e a teoria, entre o fazer e o poder, Eduardo Antonio Bonzatto, Editora Ícone, 2010, capa brochura, formato 17x12cm, 199 páginas, muito bem conservado.
::: O autor cita que a ideia deste livro surgiu de uma recusa: não aceito de maneira alguma a categoria "povo". Sobretudo porque esse "universal" foi construído para homogeneizar as relações e experiências que são sempre únicas, conferindo aos grupos acordos e vínculos expressos tanto pelo efêmero quanto pelo permanente, numa equação que jamais se repete. O povo não existe! Nem tampouco o popular, o senso comum, o vulgo. É uma forma de empacotar a diversidade numa embalagem de cristal: pode até ser bonito, mas nada diz, nada informa, exceto o vazio assustador de seu reflexo. Junto com a categoria "povo", o folclore nasceu para aprisionar aquelas experiências sob um rótulo sempre pejorativo, porque rótulo de subalternidade e de menosprezo, ainda que sob as máscaras da curiosidade e do paternalismo, ou, mais recentemente, do consumo analgésico de cultura popular. :::