Anos atrás, resolvi colocar
anúncio num jornal para conseguir comprar moedas. As experiências que tive
mostraram-me que as pessoas, de um modo geral, sempre avaliam o preço de uma
moeda por sua antiguidade, e isso dificultava minhas compras.
“Ah,
mas essa moeda tem mais de 50 anos!”, diziam!
As
pessoas só se convenciam de que minha avaliação era justa quando eu propunha
vender uma moeda igual, em melhor estado de conservação, por um preço menor que
o pedido por ela!
Então,
a antiguidade de uma peça não é importante? Sim, é, mas não somente!
Tomemos
como exemplo as moedas de 1901: 100, 200 e 400 Réis. São vendidas até por
quilo, e não há compradores ávidos por obtê-las. E, por qual motivo? Simples:
elas tiveram cunhagens altas. Foram cunhados 75 milhões da moeda de 100 Réis,
60 milhões da moeda de 200 Réis e pouco mais de 26 milhões da moeda de 400
Réis.
Mas,
somente a cunhagem determina o valor? Não! Além de cunhagens altas, elas
circularam por muitos anos.
Nós
temos moedas diferentes do padrão Cruzeiro em 1985 e 1986 e, a partir de
Fevereiro de 1986, temos o Cruzado. E já em Janeiro de 1989, um novo padrão
monetário: o Cruzado Novo.
Uma
moeda lançada em 1988, com cunhagem “baixa”, e que circulou por menos de um
ano, tem seu valor mais alto que uma moeda lançada em 1901, com cunhagem alta e
que ficou no mercado por muitos anos.
Um
exemplo claro: em Janeiro de 1989, foram lançadas as moedas do Cruzado Novo com
tiragens de 200 e 300 milhões. No ano seguinte, 1990, são lançadas com a data
atualizada e duas moedas destacam-se: 1 centavo, com 1 milhão de peças e 5
centavos, com 934 mil peças. Mas, em Março de 1990, entra em vigor um novo
padrão monetário: o Cruzeiro. As moedas de Cruzado Novo são recolhidas. Tendo
circulado pouco e em quantidade mínima, logo se tornaram escassas no mundo do
colecionismo. Assim, uma moeda de 1 centavo de 1990 ou de 5 centavos de 1990,
vale mais que 1kg de moedas de 100, 200 e 400 Réis de 1901.
Então,
se você tem uma moeda de 100, 200 ou 400 Réis de 1901, acredite: você NÃO TEM
uma moeda rara! Mas, se você tiver uma moeda de 1 ou de 5 Centavos de 1990,
então, o valor já sobe bastante.
Com
isso, já sabemos que para avaliar uma moeda, precisamos saber o número de peças
cunhadas e o período de circulação das mesmas. Agora, um terceiro fator: o
estado de conservação. Quanto mais novas, sem riscos ou amassados, melhor. Eu
não escrevi “sem riscos ou imperfeições” porque as moedas com defeito também
são valorizadas. As moedas de 50 centavos de Real cunhadas com o número 5 ao
invés de 50, são muito valorizadas. E há outras particularidades que agregam
valor a uma peça: reverso invertido, horizontal e inclinado, batidas duplas,
“boné”, etc. Se você se interessa pelo assunto, procure mais informações nos
fóruns de numismática. E boas caçadas!
22 de Fevereiro de 2021